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BREVE HISTÓRIA


O Clube Naval Setubalense surge em 6 de Maio de 1920, graças ao entusiasmo do Cmt. Afonso O’Neill e o Drº Carlos Botelho Moniz, Tenente Silva Escudeiro, Capitão Cassar, João Teixeira e Vírgilio de Sant’Ana.

São tempos pioneiros em que o Clube tem a sua sede numa sala provisoriamente cedida pela Associação dos Bombeiros Voluntários. Porém, as evidentes limitações desta situação levara a que fossem estabelicidos contactos com a Câmara Municipal de Setúbal, tendo em vista a cedência de um barracão camarário para sede do Clube, o qual se situava em terrenos da autarquia numa zona que é hoje a Praça da República, bem junto ao rio.
Em 1921, o crescimento do clube faz nascer a ideia da construção de um hangar junto ao barracão, o qual havia sido etretanto cedido pelo município.
Obtida a concordância da Câmara Municipal de Setúbal para a realização da obra, teve lugar uma vacada na Praça de touros Carlos Relvas, cujas recitas permitiram acudir às primeiras despesas da mesma.
Entrentanto, a 13 de agosto desse mesmo ano, foram finalmente aprovados as estatutos do Clube Naval Setubalense pelo Ministro da Marinha.
Em 1922,  o decorrer das comemorações do Aniversário do Clube, e novamente na Praça de Touros da cidade, embora desta feita com uma tourada, obtem-se as receitas indespenáveis à construção da fase final do hangar, na qual tiveram papale de relevo os associados Engenheiro Calheiros, Fausto da Paula e Silva, e Vírgilio de San’ana e Emílio Otero.
Em 1924 de aordo com o Número Único Comemorativo da XXIII Aniversário do Clube Naval Setubalense e com a imprensa da época a “ Câmara Municipal de Setúbal dá o maior auxilío ao Clube no campeonato de remo de Portugal”, que teve a cidade e o Rio Sado como palco e contou com a presença da Presidente da República.
No ano seguinte, quiçá graças ao impulso proporcionado por este Campeonato, baptiza-se um novo “Shell”, construído e importado de Inglaterra, e oferecido ao Clube pela Câmara Municipal de Setúbal.

Felizmente, num prazo relativamente curto, chegam ao fim os sobressaltos. Em 1939 é construído um hangar junto à Doca de Recreio, para o qual transitam os serviços do Clube, substituindo-se assim aquele que a marcha do progresso – as razões da UTILIDADE PÚBLICA – inexoravelmente demoliu. Na sede realizam-se obras, melhorando-a significativamente.
O Clube Naval Setubelense volta assim a beira rio, para longe do qual o haviam atirado as extensas obras de aterro a cabo no porto, quase oito anos antes.
A partir de 1941, com a anuência da Junta Autónoma do Porto de Setúbal, delimitou-se o espaço destinado ao apoio dos desportos Náuticos em redor da Doca de Recreio, permitindo assim ao Clube Naval Setubalense ter, pela primeira vez, uma perspectiva de futuro com mínimo de segurança.
 Ao mesmo tempo , na continuidade do hangar, desenvolveu-se todo um conjunto de edificações que se destinaram à Mocidade Portuguesa.
Já no pós 25 de Abril, em meados dos anos 80, a Direcção Geral dos Desportos herdeira do espólio da Mocidade Portuguesa atribuiu ao Clube val Setubalense o usufruto dessas instalações, uma parte das quais reservou para o clube de Canoagem de Setúbal, em acto devidamente consignado por protocolo.
Mas volemos a 1941. Constrói-se um pequeno ringue de Patinagem junto ao hangar, o qual gera um entusiasmo que faz nascer a ideia de construir um outro, já com as dimensões regulamentares.
Tempos dificeis esses. A guerra que não poupa a Europa e brevemente não poupará o undo reflecte-se, também, em Portugal.
O ringue do naval nascerá mais tarde que o previsto, é graças ao auxilío da SECIL, que contribuiu gratuitamente com todo a cimento necassário à obra.
E em redor desse ringue que, nos anos depois,  no inicio da década de 60, um grupo de navalistas constrói um pavilhão gimonodesportivo. A capacidade de trabalho desses mesmos homens faz nascer ao lado uma piscina, inocialmente com a água ainda pura e límpida do Sado. A breve trecho, a degradação da qualidade das águas obriga ao seu funcionamento com recurso á rede pública, e sobre ela ergueu-se uma cobertura que vai permitir o seu funcionamento todo o ano.
O hangar, cada vez mais pequeno face ao desenvolvimento do Clube, sofre novas obras de ampliação.
As instalações do Clube Naval Setubalense tem agora uma dimensão e uma dignidade que dificilmente se poderiam imaginar escassos anos antes, à data da sua fundação, e de que as fotografias da época não deixam ter dúvidas.

A seção de Remo escreve, entretanto, páginas de glória na história da modalidade a nível nacional.
E retornando a 1931 o começo das obras do porto vem ao encontro das aspirações mais profundas dos Setubalenses emora, paradoxalmente, marque um período difícil na vida do naval. O rio, dado o aterro feito, passará a correr a cerca de 100 metros de distância do hangar, e os materiais acumulados dificultam a saída das embarcações da frota do Clube para a água.
A Câmara Municipal de Setúbal, até então interlocutura do Clube Naval Setubalense, e expropriada dos terrenos em que se encontrava implantado o clube e onde este investiu significativamente na construção de maiores e melhores instalações, sendo susbtituída pela Junta Autónoma das obras do Porto de Setúbal.

Todo no esforço desenvolvido ao longo de uma década que o Clube possuísse instalações condignas ameaça perder-se. Mas o clube resiste á adversidade, como já o tinha feiro anteriormente e voltará a fazer no futuro, em tantas outras ocasiões, comno é natural numa história de mais três quartos de século.
Já em 1937 é o ressurgimento. O hangar, que após longos anos de obras no porto se encontra degradado, é reparado e no seu interior constrói-se o primeiro tanque de treino de remadores so Clube, ao mesmo tempo na Avª Luisa Todi se inaugura a sede.

Contudo, o destino volta a pregar das suas partidas, e o barracão cedido pela Câmara Municipal de Setúbal, ao lado do qual se erguia o hangar construído á custa de tanto esforço, sacrifício e dedicação, vão desaparecer, demolidos por razões de UTILIDADE PÚBLICA,  á ordem da já Junta Autónoma do Porto de Setúbal. Iniciam-se de imediato os contactos com essa entidade para a construção de um novo hangar para o Clube Naval Setubalense, em contrapartida da instalações demolidas, pois que é a existência do Clube que está em causa.

Após alguns anos de trabalho, o final da década vê ser inaugurada a nova sede social do Clube. Edifício moderno, dispondo de todas as condições, permitiu o retomar da vida associativa em ciscunstâncias a que o Clube Naval Setubalense já não estava habituado.
Foi a concretização  de mais um sonho, os navalistas contribuíram para a sua realização com largos milhares de contos à época uma enorme quantia.
Foi esta, de forma  sucinta, a história do CLUBE NAVAL SETUBALENSE até aos dias de hoje, significativamente marcada pela transição brusca que representou a passagem de responsabilidades sobre os terrenos e instalações que ocupava desde 1921, com a assunção pela Junta Autónoma das obras do Porto de Setúbal dos direitos até então detidos pela Câmara Municipal de Setúbal, o que ocasionou uma situação de indefinição que se arrastou até ao presente, e que tantas preocupações nos traz.

Se podemos considerar um pequeno passo que se deu de um pequeno barracão á beira mar até ao hangar construído junto à Doca de Recreio, julgamos ser pacifico o entendimento d que foi longa e desgastante a caminhada que permitiu ao longo dos últimos 82 anos transformar um espaço vazio, singelamente assinalado no terreno, no complexo desportivo, recreativo e social que é hoje o Clube Naval Setubalense.
Somos uma instituição como já provou sobejamente estar ao serviço da cidade, da região e do país, onde sucessivas gerações se tem formado desportivamente e, mais importante do que isso, aqui tem encontrado linhas de rumo que as norteiam vida fora.
Os terrenos baldios que correspondiam ao espaço delimitado para apoio dos desportos náuticos cerca de 20 anos antes, preenchiam-se assim de valiosos equipamentos desportivos, que o país só se iria habituar a ver de forma mais profunda longos anos depois.
Tudo construído pelo Clube Naval Setubalense, graças á visão de alguns à colaboração de todos, e aos inúmeros apoios recebidos da parte das mais diversas entidades. Construídos, também, no pressuposto de que os terrenos de implantação do Clube Naval Setubalense mais não eram do que a justa compensação pelas expropiações e demolições resultantes do processo de construção do porto.

Finalmente e já nos anos 70 surge o desenvolvimento dos desportos náuticos: o mergulho amador, a motonáutica, a vela de cruzeiro, a pesca desportiva e recreativa. São cada vez mais aqueles que possuem um barco e precisam de um local para o parquear.
Novamente com o esforço de todos os navalistas, o perímetro atribuído aos desportos náuticos é fechados com uma vedação adequada, e o seu interior compartimento de forma a permitir o estacionamento de centenas de embarcações. Segue-se o alcatroamento de toda essa zona, criando melhores condições de circulação. A sede da Avª Luisa Todi é abandonada, e o Clube Naval Setubalense concentra-se nas instalações junto à Doca de Recreio.
Em 1982,  nos termos de decreto-lei nº 460/77 de 7 de novembro, conforme consta do despacho publicado no “Diário da República”, II série, nº 52, de 10 de março , é reconhecido ao Clube Naval Setubalense o estatuto de “PESSOA COLECTIVA DE UTILIDADE PÚBLICA”, em diploma conferido e assinado pelo Primeiro Ministro Francisco Pinto Balsemão.

Para todos os navalistas é um momento muito especial, pois é sem margem para dúvidas o reconhecimento do trabalho desenvolvido ao longo de décadas. É assim o Clube Naval Setubalense que, para bem do desporto, da cidade e do apoio que ao longo destes anos tem prestado à Juventude, deverá continuar a existir, sempre maior.